São Cosme e Damião
Tudo o que se conhece da vida e do martírio do santos Cosme e Damião é fruto da devota fantasia e de narrações lendárias e floridas. Sofreram o martírio em Ciro (na Síria), mas não conhecemos a época. Provavelmente durante a perseguição de Diocleciano, nos inícios do século IV. A data de 27 de Setembro corresponde provavelmente a dedicação da basílica que o papa Felix IV (526-530) mandou construir em hora deles no Foro Romano; e é ainda meta mais de turistas que de devotos, pelo esplêndido mosaico que lhe decora a abside.
A rica e esplêndida família florentina dos Médici, que por muitos anos dirigiu os destinos da operosa cidade, escolheu ambos como padroeiros, por causa do nome. Que se trate de dois irmãos é simples opinião, fundada pela lenda muito difundida acerca de dois mártires a partir do século V. Através dela, ficamos sabendo que os dois irmãos curavam “todas as enfermidades, não só das pessoas, mas também dos animais, fazendo tudo gratuitamente”.
Não pelo seus serviços gratuitos mas pela sua profissão, foram escolhidos patronos dos médicos e dos farmacêuticos. Uma única vez, prossegue a lenda, Damião, contrariando a regra de caridade, aceitou a remuneração de uma mulher por ele curada, de nome Paládia, e isto provocou severa bronca da parte do irmão, que protestou não requer ser sepultado ao lado dele, após a morte.
Deve ter havido testemunhas do fato, por que após a decapitação deles, os cristão pensaram em sepultar seus corpos um pouco longe um do outro. Mas um camelo, assumindo voz humana, bradou em alta voz que unissem os dois irmãos, por que, Damião, aceitando o modesto honorário oferecido por Paládia, fizera-o em nome da caridade para não humilhar a senhora.