A Inteligência Artificial pode evangelizar?

A Inteligência Artificial pode evangelizar?

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A inteligência artificial é o assunto do momento! Alguns estão abismados com a capacidade desse avanço tecnológico, enquanto outros veem isso tudo com certo temor e desconfiança.

No entanto, isso não é coisa para o futuro, nós já estamos cercados pela inteligência artificial e nem nos damos conta disso.

Em hospitais e instituições de saúde, a inteligência artificial já se faz presente no diagnóstico, na prevenção, no tratamento e no acompanhamento dos doentes. Também na educação, ela está presente em muitas salas de aula e laboratórios. E quantos já não possuem em casa a assistente virtual Alexa, sem contar os inúmeros aplicativos que existem nos celulares?

Mas será que há espaço para a inteligência artificial na igreja? Ela pode ser usada na evangelização?

Vamos entender isso melhor!

O que é a inteligência artificial?

Trata-se de um sistema que simula a inteligência humana. Contudo, tais sistemas vão além da programação de ordens específicas para tomar decisões de forma autônoma, são baseadas em padrões de gigantescos bancos de dados.

Explicando de uma forma mais simples: é a capacidade das máquinas de pensarem como seres humanos: aprender, perceber e decidir quais caminhos seguir, de forma racional, diante de determinadas situações. A inteligência artificial permite que os sistemas tomem decisões de forma independente, precisa e apoiada em dados digitais.

Sendo assim, multiplica a capacidade racional do ser humano de resolver problemas práticos, simular situações, pensar em respostas ou, de forma mais ampla, potencializa a capacidade de ser inteligente.

Logo, a inteligência artificial traz grandes mudanças na maneira como pessoas e empresas se relacionam com a tecnologia, compartilham dados e tomam suas decisões.

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Como surgiu a inteligência artificial?

Há quem pense que a inteligência artificial surgiu a pouco tempo, mas não. Já se passaram algumas décadas desde quando se começaram os primeiros estudos que receberam o nome de “agentes inteligentes”. E esses “agentes inteligentes” percebem o seu ambiente, entendem como podem operar e qual a melhor forma.

O professor John McCarthy foi quem usou o termo pela primeira vez em 1956, em uma conferência de especialistas em Darmouth Colege, chamada “O Eros Eletrônico”. Nesta conferência, foi discutido “a ciência e a engenharia de produzir máquinas inteligentes”.  

Logo, há mais de 60 anos, o ser humano descobriu que poderia ter a ajuda da lógica das máquinas para auxiliar o seu desenvolvimento. E a motivação para isso foi a necessidade de acelerar processos conhecidos para liberar os humanos a se concentrar em outros pensamentos abstratos.

John McCarthy era parte do Instituto de Tecnologia de Massachusetts e criou programas de computador para ajudar os humanos a desenvolver algumas tarefas. São elas: aprendizagem perceptual, organização da memória e raciocínio crítico.

Contudo, é preciso esclarecer que a inteligência artificial não pretende substituir seres humanos, mas sim melhorar as nossas habilidades e contribuir para que a realidade seja melhorada. 

A inteligência artificial ao longo do tempo

Em 1972, outro grande passo foi dado no avanço da inteligência artificial. Pesquisadores da Universidade de Stanford lançaram um sistema especializado no diagnóstico de doenças do sangue e medicamentos prescritos, nomeado pela sigla em inglês MYCIN. Logo, esse sistema era baseado em uma “máquina de inferência” que foi programada para ser um espelho lógico do raciocínio humano. Ao inserir os dados, o mecanismo fornecia respostas de alto nível de especialização.

Outro grande avanço se manifestou concretamente quando um computador da IBM, chamado de Deep Blue, venceu uma partida de xadrez do mestre Garry Kasparov, em 1997.

Em 2012, o Google X (laboratório de pesquisa da Google) conseguiu fazer com que a inteligência artificial reconhecesse gatos em um vídeo. Ou seja, uma máquina aprendeu a distinguir algo. Já em 2016, a AlphaGO (Inteligência Artificial da Google especializada em jogos GO) venceu a campeã europeia, Fan Hui, e a campeã mundial, Lee Sedol. O jogo GO possui variações absurdamente maiores que o xadrez vencido pelo Deep Blue.

No entanto, o assunto se popularizou em 2022, quando a empresa OpenAI, criadora do Chat GPT, tornou essa ferramenta disponível para testes gratuitamente em todo o mundo.

Inteligência artificial na Igreja, é possível?

O desenvolvimento tecnológico é importante, e a Igreja o vê como reflexo da grandeza divina, já que foi Deus quem dotou o ser humano de capacidades e sabedoria. Contudo, é preciso discernimento e atenção.

A Theòs Sistemas Eclesiais entende que o uso da inteligência artificial no trabalho de evangelização pode contribuir para se ter mais alcance e engajamento nas ações. E explorar as diversas plataformas digitais ajuda a atingir públicos diferentes.

Contudo, entendemos também que é importante considerar questões éticas e de privacidade sobre o uso da inteligência artificial no contexto religioso. A coleta de dados pessoais e informações religiosas sensíveis deve ser feita com transparência e respeito à privacidade dos fiéis.

Além disso, é essencial garantir que a inteligência artificial seja programada de forma a respeitar e promover os valores e princípios éticos da Igreja.

Logo, quando a Igreja opta por fazer uso da inteligência artificial, é preciso escolher a ferramenta que melhor se adeque à realidade de sua comunidade. Tanto no âmbito da oferta de tecnologia quanto a expertise do público-alvo envolvido.

Conhecendo as características locais, facilita muito o trabalho e o desenvolvimento das atividades que serão implantadas. Conhecer o público-alvo ou seus fiéis e suas preferências permite que você personalize a experiência e ofereça conteúdo relevante por meio das ferramentas de inteligência artificial.

No entanto, acreditamos também na questão humana. Portanto, embora as ferramentas de inteligência artificial possam ser úteis, é importante manter a interação humana no trabalho evangelizador. As ferramentas de inteligência artificial devem ser vistas como complementares à ação humana, não como substitutos. Neste sentido, interações pessoais, orientação espiritual e o cuidado pastoral precisam continuar existindo.